
Basta percorrer as redes sociais para perceber que os portugueses estão a aproveitar mais do que nunca a companhia dos seus animais de estimação durante o isolamento social.
A Isabel, por exemplo, vive sozinha com dois cães que tem de passear várias vezes ao dia e aproveita esses momentos para tirar e publicar fotografias no Facebook, uma forma de mostrar aos familiares e amigos que está bem e que vamos ficar todos bem. O António coloca vídeos da sua tartaruga terrestre no YouTube.
A Mónica partilha no Instagram imagens do seu periquito a comer à mesa e o João do seu gato, gorducho, a preguiçar no sofá em mais um dia de confinamento.
A Sofia pede ao seu cachorro para ficar bem quieto de modo a poder tirar-lhe uma fotografia com uma tabuleta presa ao pescoço a indicar o preço por passeio durante a quarentena: 5€ a volta, sujeito a disponibilidade!
A Sofia usa o humor – e o seu animal de companhia – para aliviar o stress e mostrar pelo WhatsApp que vamos ficar todos bem. Principalmente, se nos mantivermos ocupados a cuidar dos nossos animais domésticos!
Efetivamente, cães e gatos podem fornecer um apoio emocional a ajudar a proteger a saúde mental e física durante o isolamento social para conter a Covid-19. Saiba como e porquê, já de seguida!
O que é isolamento social?
Genericamente, isolamento social é o nome que se dá a um comportamento humano em que a pessoa ou grupo de pessoas, voluntaria ou involuntariamente, se afasta do convívio social ou interação social.
Isolamento social para conter o novo coronavírus
Mas convém relacionar o isolamento social com a pandemia, já que o governo limitou os direitos de deslocação dos portugueses, de acordo com três situações:
- Pessoas doentes ou em vigilância médica – nesta primeira situação, o isolamento social é obrigatório, constituindo crime de desobediência a sua violação;
- Pessoas que fazem parte de grupos de risco – dever especial de proteção que indica que só devem sair de casa quando estritamente necessário;
- Restante população – dever geral de recolhimento domiciliário, devendo-se evitar deslocações além das necessárias: exercício da atividade profissional, idas ao supermercado ou farmácia, assistência a familiares e passeios com animais de companhia, entre outras.
Em consequência, os portugueses começam a sentir os primeiros efeitos da solidão. Aliás, mesmo antes do novo coronavírus em Portugal, o país já tinha uma espécie de isolamento social, com cerca de 900 mil pessoas a viverem sozinhas (dados do Instituto Nacional de Estatística). Mas agora, com a quarentena, os danos na saúde mental e física podem afetar bem mais do que 900 mil portugueses, pois toda a população está – ou devia estar – em casa!
Problemas de saúde relacionados com isolamento social
O isolamento social pode potenciar alguns problemas de saúde, sim. Em primeiro lugar, a solidão que, por sua vez, traz tristeza e a tristeza interfere no bem-estar e facilita o desenvolvimento de doenças como stress, ansiedade ou depressão. Estas doenças do foro psicológico podem desencadear doenças físicas ligadas à falta de atividade e exercício, mas também a uma desregulação hormonal que afeta o sistema endócrino e imunológico e deixa o organismo mais propenso a doenças como a obesidade, pressão alta, diabetes, dores musculares, dependência de medicamentos, álcool e tabaco e até desenvolvimento de doenças cancerígenas.
Como travar esta sequência?
Embora não seja uma receita infalível, atrevemo-nos a recomendar o seguinte: convivência com animais de estimação! E sabe porquê? Porque vários estudos científicos revelam que os animais de companhia, nomeadamente cães e gatos, podem ajudar a combater a solidão e melhorar ou manter a saúde dos seus tutores. No meio de tanta consternação com a Covid-19, sabe sempre bem ouvir uma boa notícia, não é verdade?

Como é que os animais de estimação podem ajudar a combater a solidão?
Cães, gatos e outros animais de estimação podem ajudar a combater a solidão porque fornecem uma espécie de apoio emocional durante a pandemia e, consequente, isolamento social. Quem o diz são os psicólogos, que há muito estudam as interações entre animais domésticos e seus donos.
Claro que a companhia de cães e gatos não resolve os problemas consequentes do isolamento social, mas alivia os seus impactos negativos na saúde mental e física dos tutores. E isso porque os animais de estimação levam as pessoas as praticarem atividades saudáveis (dentro e fora de casa), capazes de diminuir o sentimento de solidão. Falamos de passeios ao ar livre com o cão, mas também de afagos no gato, brincadeiras com o porquinho da índia. Falamos das diabruras do hamster, mas também da tagarelice do papagaio, da troca da água do aquário… No fundo, o que os psicólogos conseguiram provar foi aquilo que os tutores já sabiam: quem tem um cão ou um gato tem sempre companhia!
Naturalmente, que a interação humana é fundamental e a companhia de um animal de estimação não a pode substituir, mas pode atenuá-la! Além disso, cães e gatos conseguem reduzir estados de tensão nos donos e ajudá-los a ultrapassar momentos difíceis. Contribuem, ainda, para a manutenção de uma frequência cardíaca e pressão arterial estável porque levam os donos a conter as diferentes hormonas relacionadas com o stress, como cortisol.
Por isso, mesmo que esteja acompanhado de vários elementos da sua família nesta quarentena e até atarefado em teletrabalho, se tem um animal de estimação, experimente dedicar-lhe pequenas pausas de 10 minutos por dia. Brincar com um cão ou simplesmente afagar um gato é uma forma de dar e receber afeto, que funciona como aquele abraço de apoio de um amigo, aquele jantar de família em noites especiais. Tudo o que precisa para reorganizar a sua energia mental para algo positivo e enfrentar com mais ânimo este período de isolamento social!
Adotar um cão ou um gato… e porque não?
Se este artigo sobre animais de estimação durante o isolamento social o entusiasmou e tem tempo livre para dedicar a um cão ou gato depois da pandemia, porque não adotar? Não receie o contágio porque a Organização Mundial da Saúde já explicou que não há evidência significativa de que animais de companhia possam ficar doentes ou transmitir o novo coronavírus a seres humanos. Agora, mais alegria? Isso podem transmitir com toda a certeza!
Adotar um cão ou um gato implica sempre um comportamento responsável que leve em linha de conta as necessidades do animal, a começar pelos cuidados de saúde. Mas nesse aspeto pode contar com a Clínica Veterinária João XXI para começar ou continuar a acompanhar o estado de saúde do seu amigo de quatro patas. Tomámos todas as medidas para que nos possa visitar sem risco de contaminação.